Tem entre seus objetivos:
- Assegurar o protagonismo e a visibilidade das profissionais do sexo;
- Promover políticas públicas para a categoria e exercer o controle social;
- Obter o reconhecimento legal da profissão;
- Promover a organização da classe, assessorando a formação de associações e capacitando suas lideranças;
- Reduzir a vulnerabilidade da categoria, especialmente nas áreas de direito legal, saúde e segurança;
- Denunciar e enfrentar o estigma do preconceito e a discriminação que atingem as profissionais do sexo;
- Garantir e divulgar benefícios sociais para a categoria;
- Conquistar melhores condições de trabalho e qualidade de vida para as profissionais do sexo.
Num país tradicionalista e conservador que sofre com a influência das Igrejas católica e evangélica sobre o poder político, a Davida encontrou na moda uma grande arma para atrair a atenção e sensibilização pública. Essa ONG brasileira é responsável pela fundação da DASPU (grife de moda). Lançada por um grupo de prostitutas cariocas em dezembro de 2005, seu objetivo inicial era sanar as dificuldades financeiras desta organização não-governamental, porém vem seguindo um caminho de sucesso e superação.
A repercussão da DASPU na mídia brasileira e internacional permitiu ao movimento comunicar suas reivindicações a toda à sociedade, e obter renda para inúmeros projetos sociais. Desde 2005, o grupo já lançou seis coleções e promoveu mais de 40 desfiles.
Frases como “Somos más, mas podemos ser piores”, ou “PU da vida”, “Moda pra mudar” ou “Antes do show, afine o instrumento” têm servido para chamar a atenção da sociedade para a situação das trabalhadoras da indústria do sexo no Brasil e despertar consciências na luta contra os preconceitos. Entre as frases gastronômicas e sugestivas estão “Não se prenda ao arroz com feijão”, “Caipiranha”, “Garota Daspu” (em referência ao chocolate garoto), “O prazer começa pela boca”, “Porção de puta”, “Daspu à La carte”, “Sexo seguro não engorda” e “Cana Sacana”, irreverência para todos os gostos, o bom humor e essa forma de brincar com algo tão sério deixaram a grife em evidência.
“Daspu: modos de usar, moda para mudar”, a antropóloga Hilaine Yaccoub destaca que a marca apresenta roupas para “dar o que falar”. Segundo ela: “A moda da grife não se lê nas entrelinhas, nem se limita a efemeridade das coleções convencionais”.
“Todo mundo pode compreender o nosso discurso, já que a prostituição existe em todos os países”, comenta Flavio Lenz, o assessor de imprensa da companhia. “Nós esperamos que a marca possa suscitar o debate em todos os lugares onde ela for comercializada”.
A DASPU não vende só roupas.
Vende ideologia.
Ao vermos prostitutas desfilando nas passarelas nos lembramos que são mulheres e devem ter sua cidadania respeitada. A própria diretora da ONG DAVIDA é uma ex-prostituta, Gabriela Leite abandonou a profissão para se dedicar exclusivamente a associação, segundo ela “ao verem colegas de trabalho em evidência na mídia toda a categoria sente se confiante”. A grande maioria das mulheres que se dedicam a prostituição não assume o seu trabalho, devido o preconceito que a profissão desperta nos outros, a DASPU é uma forma de suavizar a maneira como a sociedade vê a prostituição. No Brasil sua prática é legal, mas não está regulamentada, apesar de fazer três anos que o deputado federal do Partido Verde, Fernando Gabeira criou um projeto de lei que visa a regulamentar a prostituição, de acordo com o mesmo: “As prostitutas desempenham um papel importante na sociedade”, afirma. “A prostituição deve ser entendida como uma indústria, e o proxeneta como um diretor de empresa que fornece serviços aos seus clientes”.
Contudo, atualmente estamos mais tolerantes aos excluídos e fragilizados, nossa sociedade parece ter sido conquistada pela DASPU, a grife se parece muito com o Brasil e vem conquistando inclusive outros países.
No Brasil as Putas estão literalmente na Moda.
Jussara, muita gente vai se assustar!
ResponderExcluirAté agora vivemos numa sociedade em que o "antropocentrismo - machismo", reinou absoluto. Precisamos nos libertar daquela visão que só homem conta e que deixa invisível a mulher. Este movimento vem mostrar que estas mulheres não são descartáveis, nem invisíveis. São mulheres, que pagam seus impostos, portanto são cidadãs. Aliás, muito autênticas.... Diferente de certas posturas "dos ditos corretos" que estão volta e meia na mídia, querendo se passar por cordeiros e guardiões da moral e dos bons costumes. E no entanto..., nos chocam com atitudes abomináveis. A sociedade ainda precisa se despir de inúmeras máscaras. E o preconceito sobre as profissionais do sexo é uma delas.
Parabéns pela pesquisa.