INSTITUTO SOU DA PAZ -
www.soudapaz.org
Seu objetivo é influenciar a atuação do poder público e de toda a sociedade frente à violência. Trabalhando em quatro áreas: Adolescência e Juventude, Controle de Armas, Gestão Local da Segurança Pública e Polícia.
A partir da década de 80, o país enfrentou uma das piores escaladas de violência, que se agravou durante a década seguinte. Um estudo da ONU realizado em 1996 apontava o Brasil como o país onde mais se matava por armas de fogo em todo o mundo e, pela primeira vez, a violência superava o desemprego como a principal preocupação dos paulistanos. Um grupo de estudantes da Faculdade de Direito da USP, atento à proliferação das armas de fogo - que comprovadamente contribuía para a gravidade da situação - decidiu lançar uma campanha que chamasse a atenção para esse problema. Assim, em 11 de agosto de 1997, foi lançado o primeiro movimento nacional de combate à violência com armas de fogo e pela valorização da vida: a “Campanha dos Estudantes Sou da Paz pelo Desarmamento". Este movimento contou com o apoio de organizações da sociedade civil (OAB, ILANUD, Comissão de Justiça e Paz, entre outros) e personalidades dos meios jornalístico, publicitário, artístico e esportivo.
Ela se dividiu em duas frentes: promover a conscientização da população, com uma campanha de mídia de alcance nacional além de palestras e debates, e ao mesmo tempo fazer uma campanha de desarmamento voluntário – a primeira do país.
Em poucos meses foram entregues mais de 3.500 armas na cidade de São Paulo. Estas armas foram, pela primeira vez na história do Brasil, destruídas publicamente. Por causa da Campanha e do destaque que ela obteve, o Congresso começou a propor medidas concretas de restrição ao uso de armas. Colocando o problema das armas de fogo, antes invisível, no topo da agenda nacional. O sucesso dessa ação, aliado à percepção de que a violência exige ações em muitos âmbitos, levou à criação, em 1999, de uma ONG, O INSTITUTO SOU DA PAZ.
Sua missão é contribuir para a efetivação no Brasil de políticas públicas de segurança e prevenção da violência que sejam eficazes e pautadas pelos valores da democracia, da justiça social e dos direitos humanos, por meio da mobilização da sociedade e do Estado e da implementação e difusão de práticas inovadoras nessa área.
O trabalho do Instituto Sou da Paz, consiste no desenvolvimento de metodologias inovadoras e na promoção de ações de mobilização da sociedade para que esta pressione o poder público em busca de resultados. Com isso, ele pretende inspirar políticas públicas de segurança e estimular as pessoas, agindo em conjunto, para que cada um desempenhe seu papel num problema que é de todos.
REDE DE COMUNIDADES E MOVIMENTOS CONTRA
A VIOLÊNCIA - www.redecontraviolencia.org
É um movimento social independente do Estado, de empresas, partidos políticos e igrejas. Reúne moradores de favelas e comunidades pobres em geral, sobreviventes e familiares de vítimas da violência policial, militantes populares e de direitos humanos.
Ela surgiu no ano de 2004, como fruto da luta mais organizada das comunidades e dos movimentos sociais contra a violência de Estado, a arbitrariedade policial e a impunidade. Inspirada em mobilizações como as, das comunidades do Borel, Acari, Caju e Manguinhos, bem como na resistência incansável de mães e outros familiares de vítimas da violência policial. A Rede (na época denominada Movimento Posso me Identificar) organizou em 16/04/2004, a manifestação, ao completa um ano da chacina que tirou a vida de quatro jovens no Borel em 2003.
Na ocasião, uma série de propostas e reivindicações ao poder público, acabaram sendo respaldadas pelas Conferências Estaduais e Nacionais de Direitos Humanos, realizadas naquele ano.
Entretanto, até o momento isso não passou de formalidade, porque desde então as práticas e métodos da polícia face às comunidades e populações pobres não mudaram nada, e os policiais envolvidos em matanças e grupos de extermínio continuam sentindo-se muito seguros e certos da impunidade, como prova a chacina da Baixada de 31/03/2005, que tirou a vida de pelo menos 29 pessoas numa só nooite.
A Rede se constrói pela soma, com preservação da autonomia, de grupos de comunidades, movimentos sociais e indivíduos, que lutam contra a violência do Estado e as violações de direitos humanos praticadas por agentes estatais nas comunidades pobres. Oos principais objetivos são:
Estimular e promover movimentos permanentes nas comunidades, de prevenção e denúncia da violência estatal, propiciando seu relacionamento e apoio mútuo;
Reduzir o número e a freqüência, até a total eliminação, dos casos de mortes e violações de direitos, devidas à atividade policial/militar;
Exigir do Estado reparação às vítimas e sobreviventes de abusos e violações cometidos por agentes do Estado;
Construir na sociedade uma rede de apoio médico, jurídico, psicológico e social às vítimas e sobreviventes da violência estatal e contra a violência policial/militar;
Eduardo L. Bregolato
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